29 de jul. de 2006

cidade bairro rua

Inteligências paralelas. Sensibilidades transversais. Vum, vum, é, é, pô, pô, pá. Trânsito humano, trânsito desumano, carros. Arr. Flerte. Tecidos, malabares. Bam, bam, ui, ui, foi. Vaza. Moleque. Molho de gente, leque sem opções abanando cinzas. Você quase foi. Você estava quase para ir. Educado. Educação. Comunicação. Gentil. TV. A próxima novela é a mesma novela. Que novela! Essa vida, laços de família repleta de celebridades, anjo mau, senhora do destino, veja, veja, páginas da vida burguesa carioca: Veja. A revista. A entrevista. Não me alistei no exército, Suplicy é lerdo. Heloísa Helena não funciona na novela das oito, botem ela no planalto. Central. Do país. O país. Pá. Engarrafamento masculino. Sim, é ela. Certeza? Só pode ser ela. O sinal vai abrir. Vai abrir. Nunca mais viu, nunca mais vimos, nunca mais. "O tempo deixa cego os fatos que o desrespeita".
Desistir é seu jeito de insistir, de permanecer, de estar? Desistiu de responder.

Na Rua Martim Francisco, nada demais.

18 de jul. de 2006

verde esculpir



A sombra esculpe um sentimento. Retira a luz de tudo que não fizer parte desses dois. Apenas os pescoços separados: porque o canal da voz precisa carregar individualmente a palavra, ainda que seja partilhada, como palavra de amor.

3 de jul. de 2006

novamente, joão cabral

final de semestre, brincadeiras resultantes na faculdade.

http://cabezamarginal.org/vitor/puc/trabalho_maplog.htm

trecho de um trabalho apresentado na faculdade

Atualmente, presenciamos uma série de iniciativas em relação a literatura, no Brasil e em outras partes do mundo, que operam por dois caminhos: incentivar a leitura e fomentar a criação literária. Nesse primeiro aspecto, governos, ministérios e instituições culturais tem investido energia no intuito de criar dispositivos para o auumento e o estímulo do “gosto” pela leitura. E essa é uma questão presente não só no Brasil, país que ainda se debate com fortes espectros do analfabetismo e uma notável deterioração no ensino público, mas também, recentemente, em países europeus, como é o caso de Portugal. Nossos irmãos lusitanos servem aqui de exemplo não pela nossa união linguística, mas pela repercussão dessa iniciativa do governo português para incentivar a leitura entre as crianças. A respeito dessa iniciativa, o escritor luso mais importante da atualidade, José Saramago, proferiu sua franca e espinhosa opinião: “Ler sempre foi e sempre será algo para uma minoria. Não vamos exigir de todo mundo uma paixão pela leitura.”
A polêmica levantada por Saramago toca em um dos cernes de todas essas iniciativas, governamentais ou não. Qual deve ser o papel da literatura na sociedade? Objeto de Arte? Entretenimento cultural? Inegavelmente elitista?
Num viés ainda mais tímido, oficinas literárias vem alastrando-se, com maior enfoque na classe média mas já com iniciativas com público de baixa renda, carregando o intuito de fomentar a criação literária. E já há uma movimentação de escritores contemporâneos para pressionar o governo em prol de medidas públicas de incentivo a criação literária.
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A linguagem permeia nosso cotidiano. O exercício da escrita e o exercício da leitura é sobretudo um exercício de linguagem, que em primeira estância não deveria se preocupar tanto com a formação – quantitativa – de leitores e escritores, mas entender a importância dessa linguagem na formação de cidadãos e mais, na construção de subjetividade, na potência que esse instrumento pode protagonizar, e isso é válido para sujeitos independente de suas profissões ou vocações.

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