25 de jun. de 2007

amor-bobo: escolha

se eu tivesse escolha: queria morrer sentado, com ela no meu colo. como não tenho escolha: posso morrer em pé ou deitado, com ela no meu pensamento.

22 de jun. de 2007

sempre mudando

"Estou sempre olhando para fora
Tentando olhar para dentro
Tentando dizer alguma coisa que seja verdadeira
Mas talvez, nada seja realmente verdadeiro
Exceto o que está lá fora
E o que está lá fora sempre mudando."

Robert Frank

19 de jun. de 2007

fusca



Ambos na direção, com as mãos no volante. Mesmo na repetição dos movimentos circulares, conviver lado-a-lado, os dois como motoristas. Como nos dificultamos em con-viver, inquietos, não importa o caminho. Transcender é colocar esse fusquinha na estrada. Sair por aí com o fusca do parquinho.
O amor é um fusquinha de dois volantes.

14 de jun. de 2007

desordem

De vez em quando retorno ao lugar da dor apenas para saber se está tudo no lugar. Odeio ver minha desgraça bagunçada.

12 de jun. de 2007

guardado na voz dela



Você pela rua é minha assinatura
Sua alegria, minha caligrafia
Seu jeito, meu texto
Sua figura, minha escritura
Seu ar de ausência, minhas reticências
Tudo junto, meu assunto.

Abel Silva

dos últimos cotidianos

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Reler-se é uma dor gloriosa. Odeio-me nas poucas virtudes das frases ríspidas. Respiro fundo. Quero organizar e dar sentido a esse ódio, tecer esse livro de mim.

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Minha autobiografia de folhas em branco. Como uma pequena caderneta, para você me anotar de ti.

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Um casal de namorados saiu da loja com celulares e sorrisos. Quantos minutos de ligações eles terão por mês?

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Retornar a São Paulo é sempre um tormento. Torna evidente o fato de que sim, eu amo esta cidade. E detesto.

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Estou com uma lista de pessoas que preciso ligar, retomar contato, costurar desvios, perguntar como anda a família ou falar do último projeto. Isso nunca me aconteceu. Eu estou doente de paulistite. Respiro fundo. Logo, logo, vai sarar. Saravá.

4 de jun. de 2007

mantra

"A vida é o desejo de continuar vivendo e viva é aquela coisa que vai morrer. A vida serve para se morrer dela."
Clarice Lispector