Há tanta gente criada, guardada nas gavetas, saltitando na tela do computador, dormindo nas páginas do meu caderno. São meus personagens, minha família inventada.
Esse, leva no sangue a sina do parentesco. Com uma overdose de hemácias no lado ranzinza do vermelho. Primeiro, desconfiou da telefônica. Passou um mês sem fazer nenhuma ligação. E cobraram, indevidamente. Nem perdeu muito tempo reclamando, bastava a sensação de ter a prova, de ter conseguido, esfregou a injustiça na cara do sistema. O telefone foi cortado. Em seguida, a luz. Passou um mês inteiro sem utilizar qualquer aparelho eletrônico, banho frio e acendendo velas a noite inteira. Cobraram, indevidamente. Uma redenção, tinha sido recompensado gloriosamente após um mês díficil. A luz foi cortada.
Por último, a mulher. Passou um mês inteiro sem transar. (...)
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