3 de jul. de 2006

trecho de um trabalho apresentado na faculdade

Atualmente, presenciamos uma série de iniciativas em relação a literatura, no Brasil e em outras partes do mundo, que operam por dois caminhos: incentivar a leitura e fomentar a criação literária. Nesse primeiro aspecto, governos, ministérios e instituições culturais tem investido energia no intuito de criar dispositivos para o auumento e o estímulo do “gosto” pela leitura. E essa é uma questão presente não só no Brasil, país que ainda se debate com fortes espectros do analfabetismo e uma notável deterioração no ensino público, mas também, recentemente, em países europeus, como é o caso de Portugal. Nossos irmãos lusitanos servem aqui de exemplo não pela nossa união linguística, mas pela repercussão dessa iniciativa do governo português para incentivar a leitura entre as crianças. A respeito dessa iniciativa, o escritor luso mais importante da atualidade, José Saramago, proferiu sua franca e espinhosa opinião: “Ler sempre foi e sempre será algo para uma minoria. Não vamos exigir de todo mundo uma paixão pela leitura.”
A polêmica levantada por Saramago toca em um dos cernes de todas essas iniciativas, governamentais ou não. Qual deve ser o papel da literatura na sociedade? Objeto de Arte? Entretenimento cultural? Inegavelmente elitista?
Num viés ainda mais tímido, oficinas literárias vem alastrando-se, com maior enfoque na classe média mas já com iniciativas com público de baixa renda, carregando o intuito de fomentar a criação literária. E já há uma movimentação de escritores contemporâneos para pressionar o governo em prol de medidas públicas de incentivo a criação literária.
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A linguagem permeia nosso cotidiano. O exercício da escrita e o exercício da leitura é sobretudo um exercício de linguagem, que em primeira estância não deveria se preocupar tanto com a formação – quantitativa – de leitores e escritores, mas entender a importância dessa linguagem na formação de cidadãos e mais, na construção de subjetividade, na potência que esse instrumento pode protagonizar, e isso é válido para sujeitos independente de suas profissões ou vocações.

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