Esse texto começa sem palavras. Existe uma cena. Cinema lotado, quarta-feira, filme do momento. Aquele velho impasse da falta de cadeiras para casais sentarem juntos. Eu mudei de lugar, abrindo precedente para a efetivação amorosa de um casal de meia-idade. Não quis ser generoso. Estava apenas me incomodando profundamente o desamparo da mulher. A história iria parar aqui. Essa é a cena, sem palavras. Não trocamos palavras. Ele me agradeceu com um tapa nas costas. Ela me agradeceu com os olhos - que trocaram o desamparo pelo encantamento.
Eu não ia escrever isso aqui.
Mas ai começou o filme. Fiquei com vontade de falar qualquer coisa sobre o filme. E achei que seria importante falar desse ínicio. Não vou fazer crítica cinematográfica ou tecer algum comentário do universo HQ. Também não quero avaliar a atuação do Coringa. A morte só faz voar quem em vida tomou o impulso.
Gosto dessas coisas humanas que costumamos afastar da humanidade. Derrotas, sujeiras, insanidade, decisões erradas, atos passionais, caos.
Aquele Batman e Coringa que presenciei me trouxe tudo isso. O maniqueísmo foi repaginado de maneira 3D. Criou-se volume. Batman e Coringa não são faces de uma mesma moeda. São vértices de uma forma geométrica volumosa, cujo conteúdo seja foge da lógica. ordinária .Coringa está ali para desmascarar aqueles que planejam. As pessoas dos planos. Do prefeito ao homem-de-bem comum. É que talvez seja verdade: planos não funcionam, mesmo quando funcionam. Batman não está mais ali para ser herói. Está ali movido por paixões e convicções. E mata do mesmo jeito. Caráter é uma falácia. Autenticidade é o que une os dois. E eles não matam um ao outro. Porque nenhum dos dois operam com uma lógica convencional. Coringa não está atrás de dinheiro. Batman não está atrás de justiça para o mundo. E a identificação recíproca os mantém vivos. Os dois são seres completamente atormentados e reagem cada um a sua maneira a isso. Uma dose de irreverência cruel aqui. Uma pitada de idealismo sem escrúpulos ali.
O casal reproduziu no final a cena de amor que talvez tenha faltado no filme.
Eu não ia escrever isso aqui.
Mas ai começou o filme. Fiquei com vontade de falar qualquer coisa sobre o filme. E achei que seria importante falar desse ínicio. Não vou fazer crítica cinematográfica ou tecer algum comentário do universo HQ. Também não quero avaliar a atuação do Coringa. A morte só faz voar quem em vida tomou o impulso.
Gosto dessas coisas humanas que costumamos afastar da humanidade. Derrotas, sujeiras, insanidade, decisões erradas, atos passionais, caos.
Aquele Batman e Coringa que presenciei me trouxe tudo isso. O maniqueísmo foi repaginado de maneira 3D. Criou-se volume. Batman e Coringa não são faces de uma mesma moeda. São vértices de uma forma geométrica volumosa, cujo conteúdo seja foge da lógica. ordinária .Coringa está ali para desmascarar aqueles que planejam. As pessoas dos planos. Do prefeito ao homem-de-bem comum. É que talvez seja verdade: planos não funcionam, mesmo quando funcionam. Batman não está mais ali para ser herói. Está ali movido por paixões e convicções. E mata do mesmo jeito. Caráter é uma falácia. Autenticidade é o que une os dois. E eles não matam um ao outro. Porque nenhum dos dois operam com uma lógica convencional. Coringa não está atrás de dinheiro. Batman não está atrás de justiça para o mundo. E a identificação recíproca os mantém vivos. Os dois são seres completamente atormentados e reagem cada um a sua maneira a isso. Uma dose de irreverência cruel aqui. Uma pitada de idealismo sem escrúpulos ali.
O casal reproduziu no final a cena de amor que talvez tenha faltado no filme.
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