Eu gosto desse lugar que retorno sempre que a dose de incerteza ultrapassa o limite. Não existe limite para incerteza, eu sei. Posso beber uma garrafa cheia dessa incerteza destilada. Ainda assim, o pequeno espaço que deixo reservado a lucidez, não no sentido cafona, mas no sentido embrionário - luz - onde a consciência é tão poderosa que com um pouquinho dela conseguimos ter noção de todo o mar de incerteza que estamos embriagados.
Quando essa pequena luz falta, é nesse lugar que retorno. O movimento de chegar até aqui é doloroso, não deixa nada passar em vão, a incerteza questiona meu sapato, minhas compras, minhas escolhas, meu rosto, vasculha minha memória e não deixa nada intacto. Mas quando chego nesse lugar, deixo de sentir raiva de mim, ou melhor, raiva da incerteza. Sento numa poltrona vermelha, que é a mesma desde os tempos da escola, quando eu vinha aqui inseguro por ainda não saber amarrar o cadarço do sapato. Quando sento nessa poltrona vermelha, é como se a luz, uma lucidez mágica me permitisse compreender inclusive minhas incertezas. Observo sua voracidade em questionar tudo com um semblante quase ancião. Talvez eu estivesse em outro lugar, fazendo outras coisas, não fossem minhas incertezas, não fosse esse lugar que venho de tempos em tempos, quando ela me embriaga. Isso é claro pra mim: retornar a essa poltrona vermelha não deixa de ser um retrocesso, alguns passos pra trás que dou. Ninguém é plenamente corajoso. Mas sei que se eu parasse menos para indagar minha própria ousadia, eu estaria adiante. Só que não me interessa mais estar adiante. Porque não serei eu. A incerteza é minha parceira mais fiel. E nesse vendaval de conflitos, rivalidade e competição, a poltrona vermelha é iluminada: não há qualquer comparação. Ninguém é melhor do que eu, na poltrona. Simplesmente porque essa lógica perde o sentido. A poltrona nunca me trouxe qualquer resposta. Mas me dá de volta a convicção necessária para continuar no movimento, na busca.
Incerteza é a certeza interior.
Quando essa pequena luz falta, é nesse lugar que retorno. O movimento de chegar até aqui é doloroso, não deixa nada passar em vão, a incerteza questiona meu sapato, minhas compras, minhas escolhas, meu rosto, vasculha minha memória e não deixa nada intacto. Mas quando chego nesse lugar, deixo de sentir raiva de mim, ou melhor, raiva da incerteza. Sento numa poltrona vermelha, que é a mesma desde os tempos da escola, quando eu vinha aqui inseguro por ainda não saber amarrar o cadarço do sapato. Quando sento nessa poltrona vermelha, é como se a luz, uma lucidez mágica me permitisse compreender inclusive minhas incertezas. Observo sua voracidade em questionar tudo com um semblante quase ancião. Talvez eu estivesse em outro lugar, fazendo outras coisas, não fossem minhas incertezas, não fosse esse lugar que venho de tempos em tempos, quando ela me embriaga. Isso é claro pra mim: retornar a essa poltrona vermelha não deixa de ser um retrocesso, alguns passos pra trás que dou. Ninguém é plenamente corajoso. Mas sei que se eu parasse menos para indagar minha própria ousadia, eu estaria adiante. Só que não me interessa mais estar adiante. Porque não serei eu. A incerteza é minha parceira mais fiel. E nesse vendaval de conflitos, rivalidade e competição, a poltrona vermelha é iluminada: não há qualquer comparação. Ninguém é melhor do que eu, na poltrona. Simplesmente porque essa lógica perde o sentido. A poltrona nunca me trouxe qualquer resposta. Mas me dá de volta a convicção necessária para continuar no movimento, na busca.
Incerteza é a certeza interior.
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