31 de ago. de 2005

prossegue-se

Fotografia de Ricardo RiosAmargo

Não foi fácil. E não me refiro a escassez técnica ou dificuldade da produção improvisada. Não foi fácil porque esse vídeo refere-se a um exercício incômodo de transitar um pouco sobre o extrato dos últimos relacionamentos amorosos, e, tendo o texto sido criado no auge de um processo de falecimento de uma dessas histórias, torna o olhar muito mais violento, insensível dentro de sua própria ultra-sensibilidade. Dois monólogos, algum diálogo, um casal. Não há muito o que se comentar. Não há uma história. É um aborto. Quem precisou trabalhar cotidianamente na finalização desse vídeo, pode entender bem esse apelido nada meigo: aborto. Em particular, Juliano Polimeno, o homem do audio e dos sons, e eu, editando o vídeo.
Antônio Rogério Toscano e Maureen Nogueira interpretam com extrema dignidade criativa e competência. Ivana Cabral, fiel parceira, e sua capacidade silenciosa de costurar a viabilidade desse exercício audiovisual, em conjunto. Ricardo Rios, seu olhar perspicaz e seu humor inabalado pelo cansaço. Pedro Gomes e Pollyanna Freire, nossos braços e pernas desse 'aborto coletivo'. Por fim, Mauro Borba e seu toque final nos traços e grafismos do vídeo. Nas próximas semanas, será marcada uma exibição no auditório banespa, da PUC-SP. Avisarei aos interessados.

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