4 de ago. de 2005

Quartzo escuro [Teatro]

- Eu odeio coincidências. Mas elas acontecem.
- Acontecem?
- Acontecem, não acontecem?
- Destino
- Não tenho fé suficiente para essas coisas.
- [respiração ofegante]
- No mesmo dia que eu aprendi o significado da palavra PAI, aprendi também o significado da palavra LOUCURA.
- A loucura não diz tudo que faz. Não faz tudo que diz. [repetindo]
- Uma parte foi o médico que me ensinou. A outra parte, a ausência de minha mãe me fez entender.

Pai, Pai, Pai!
[ri nervosamente] - Passei tanto tempo chamando meu pai...Mas não tenho mágoas. Não. Pra quê? Não, não tenho. Até entendo. Entendo sim. Meu pai nasceu com uma idade sem fome, sem vento nem chuva, desde sempre existiu ali, num lugar que secou o tempo. Ele sentava cabisbaixo e reclamava:

- Já estou cansado de esperar a juventude.

O único jeito de entrar no mundo do meu pai foi permanecendo do lado de fora.


*
Quartzo escuro - Mostra de teatro de São Caetano do Sul
13/08 (Sábado) - 19h00
Teatro Santos Dumont

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