3 de nov. de 2005

A espera de melodia

quem dói de amor
diz amém a toda dor
janela aberta
vento entrando
sem pudor
ah, meu amigo xangô
você é o único que não pergunta
para onde vou

é um canto assim
saravá
é um canto assim
devagar
uma mão pra esconder
uma ferida na mão
um corpo pra esconder
uma ferida no coração
é uma prece
uma única reza
ah, xangô
E meu senhor do Bomfim
sozinho em casa
mas a casa não está sozinha
em mim

quem dói de amor
diz amém a toda dor

Os deuses sem beleza
Caminhando sem certeza
Todos próximos, todos aqui
Os deuses que não queiram me salvar

Um Deus, que saiba compartilhar
uma dose de silêncio
na mesa do bar.

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