14 de jun. de 2006

aliança



Um anel prata. A mão solteira do corpo contorce pelo brilho da prata. Fiel como o corpo, está presente em cada desânimo, cada carinho rídiculo ou gesto arrogante. As unhas mal cortadas atestam o esmero pela displicência, o repouso da energia em outras atividades, certo descaso com os dedos até pouco tempo virgens. Aquele anel de prata rasgou-lhe a tristeza com a rara súplica do gozo na primeira transa: permitiu novamente a força ausente naquela mão. Atesta neste dedo errante a mais consistente criação já feita por essa mão: o amor.

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