16 de jun. de 2010

Pode e não pode

"Não saber para onde ir, pode. Deixar de ir para onde se sabe, não pode."

Ela segurou aquele bilhetinho escrito com letras pequenas e bem acabadas, letras de fôrma, numa tentativa de não revelar nenhum traço da personalidade do autor. Eu vi seu rosto angustiado, tentando encontrar um lugar seguro para repousar o olhar. Durante alguns instantes, achei que ela tinha acabado de receber a pior notícia do mundo. No instante seguinte, ela abriu um dos maiores sorrisos que eu já vi na vida, largou o bilhetinho na rua e saiu correndo. Correu, correu, correu. Lá longe, avistei ela dando um abraço em alguém.

Recolhi o bilhetinho e rapidamente me veio o desejo de que pudesse acontecer a mesma coisa comigo.

Voltei pra casa com o bilhete.

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