4 de dez. de 2010

Epifania na TV

"Estamos todos presos do lado de fora de um abraço.
Cada um de nós ouviu de uma mulher diferente:
Vai viver a sua vida!
Vai viver a sua vida: pena de liberdade perpétua."

Luiz Fernando Carvalho possui um trabalho baseado profundamente em duas palavras: afeto e rigor. De maneira leviana, em outras constituições semânticas, pode-se pensar um leve conflito. Mas em Luiz não há. No cinema e na TV - mesmo na epóca de suas novelas - tem sido o trabalho dele o que mais tem pautado minhas aspirações, meus encantos e minhas inquietudes nesse tear audiovisual.

Michel Melamed é um enfant terrible. Tomou as rédeas da sua carreira e disse: eu quero ser um cavalo selvagem. Livre. E selvagem. Poeta, ator, criador.

Uma reunião de clichês amorosos, reunidas em espasmos de experiências falidas e romances idealizados - em ambos universos masculino e feminino - numa coreografia poética e debochada. Tudo isso com vigor, encanto e dor. Num percurso que não visa responder de maneira alguma a provocação do seu título. É como se a série fosse, como um todo, um grande personagem mergulhado nesse caminho de viver e se conectar com o outro.

Afinal, o que querem as mulheres?

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