7 de jan. de 2011

Refrão

A voz cantava.
Sou um homem de rigor, tenho compromisso formal com a dor.
Repetia o refrão. Apenas o refrão. Sentou na cadeira de junco. A madeira lhe conversava uma dureza acolhedora. Há restos de mim em todas as mulheres que amei. Pensou. Mentira. Olhou-se sem pretensão. Há muito mais de mim nelas. O que ficou, é que são restos. Desde pequeno aprendera a fazer dos trastes, brinquedo, do imprestável, sorrisos. Esqueço os endereços dos lugares onde fui feliz. É minha forma de protegê-los.

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