Nessa data, meu fervor líquido no fluxo de Yemanjá, a incontestável beleza azul esverdeada do amor e do feminino - incerto, errante, vagas e vagas, ondas e epifanias espumantes. Um louvor a Yemanjá, com a intenção saudosa do Rio Vermelho, o bairro onde eu me fiz gente. Nesse mesmo bairro, hoje também está a pairar a outra metade da minha saudade e da minha celebração: meu pai, em sua serena sede por mais uma nova idade. Eu sou eu e minhas circunstâncias, inevitável assim? Abraço-as e permito-me no mar das minhas circunstâncias. Saudade das birinights, da cachaça violentamente baiana e dengosa, dos passos tortos na Mariquita, da ressaca e do abraço que ganha terreno cada vez mais nos braços desse que, num tropeço, calhou de me fazer existir. E não deixo barato, existo até a última gota, na imensidão do mar e seus barquinhos repletos de flores, alfazemas e outras devoções. Para mim, 2 de fevereiro é quase como meu aniversário. Aquariano, filho de aquariano, filho de Yemanjá. É como brindar minha existência. Irrecuperável é a falta de coragem, jamais o tempo atrasado das relações, dos conflitos dos homens, do pai e filho que permutam papéis em sua verve de intercâmbios. Celebrar isso é festejar meu pai, e saudar meu avô. Aqui, agora, momento de passar água nas partes que vão ficando pelo caminho ou, principalmente, são levadas nas incursões do coração.
E eu me permito, saravá mô pai, esse ser errante e passional. Há a dor, mas no intervalo entre uma e outra, a epifania da paixão.
E eu me permito, saravá mô pai, esse ser errante e passional. Há a dor, mas no intervalo entre uma e outra, a epifania da paixão.
Axé.
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