24 de abr. de 2009

Olhos bonitos

Quando a conheci, nem sabia o que ela era, quem era, o que fazia. Apenas fiquei feliz por ela ter aqueles olhos bonitos e ela ter sentado ao meu lado, naquela mesa de bar com pessoas em comum. Eram olhos bonitos e estranhos. Quando ela começou a falar os olhos fizeram mais sentido. Agora, quando leio suas palavras fico imaginando seus olhos bonitos e cheios de sentido.

E hoje, ao ler algo que ela colocou no blog, me veio na minha memória um dia fundamental na minha vida. O dia do muro. Eu devia ter uns dez anos quando vi um muro com as seguintes frases grafitadas:

As pessoas não mudam. Adaptam-se.
As dores não passam. Mas vai melhorar.
Deus não existe. Mas acredite.
O amor é uma doença. Mas não se cure.

Lembro de ter tirado o caderno da mochila e anotado. A partir disto, todo o resto deixou de ser lembrança e passou a ser invenção. Ali eu me iniciei. Até então, eu tinha sido iniciado.

Leiam ela também. Cris Guerra. Ser mãe a tornou uma literatura sublime.

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