1 de mai. de 2005

A cada dois copos, três para meu avô

Metade dos dedos tremendo o frio da noite anterior, a outra metade suando com o amanhecer histérico pelo dia do trabalho, nessa cidade de trabalho. Os primeiros instantes de olhos no devir do dia, a velha e orgânica dor pesando nas pálpebras. É porque sempre há uma dor onde você se sente mais a vontade do que em sua própria casa. Está vendo isso ai na frente? Sim, seu vadinho. Podia ser um lago, podia ter peixe, podia ter sapo, podia ter barro molhado, podia ter, aquele cheiro. A descrição pintando a imagem líquida em mim. Mas não é. É apenas um grande buraco na frente do sítio.
É só um buraco.

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