31 de mai. de 2005

Minha família inventada

Há tanta gente criada, guardada nas gavetas, saltitando na tela do computador, dormindo nas páginas do meu caderno. São meus personagens, minha família inventada.
Esse, leva no sangue a sina do parentesco. Com uma overdose de hemácias no lado ranzinza do vermelho. Primeiro, desconfiou da telefônica. Passou um mês sem fazer nenhuma ligação. E cobraram, indevidamente. Nem perdeu muito tempo reclamando, bastava a sensação de ter a prova, de ter conseguido, esfregou a injustiça na cara do sistema. O telefone foi cortado. Em seguida, a luz. Passou um mês inteiro sem utilizar qualquer aparelho eletrônico, banho frio e acendendo velas a noite inteira. Cobraram, indevidamente. Uma redenção, tinha sido recompensado gloriosamente após um mês díficil. A luz foi cortada.
Por último, a mulher. Passou um mês inteiro sem transar. (...)

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