25 de mai. de 2005

Conheço Cuba e não sabia: Fotografia de meu amigo Rosel Bonfim


A primeira vez que entrei no bar do Gavião em Jequié, eu não me lembro. Na décima ou décima segunda vez, já me passeia na memória um dito. Corria a lenda que eu tinha tomado cachaça na mamadeira. Era neto de seu Vadinho. Quase uma pinga de gente em garrafa condensada. Minha infância corria mais que a lenda. Eu, a mentira e os anões, tinhamos pernas curtas. Mas o que levanta a poeira e bagunça o barro é a firmeza do pé não a largura do passo. Era minha primeira bebedeira. Licor de Jenipapo. Gavião tinha sobrancelha prima da minha. Quando levantava a dele, abaixava a minha. E vice-versa. Se tirassem melodia das nossas sobrancelhas, seria uma música tensa. E ele alinhavou:

- Eu quase fui você um dia. Dei azar. Agora vai. Vai seu porrinha. Vai e faz direito o que não eu não fui.

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